quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Humano demasiadamente Humano.

“Nós nos importamos com a boa qualidade dos homens, em primeiro lugar porque ela nos é útil, em seguida porque queremos dar-lhes alegria (os filhos aos pais, os alunos aos professores e em geral as pessoas de benévolas a todas as outras pessoas). É somente quanto a boa opinião dos homens é importante para alguém, abstraindo a vantagem ou seu desejo de agradar que falamos de vaidade.Neste caso, o homem quer dar prazer a si próprio, mas à custa dos outros homens, seja levando-os a ter uma opinião falsa a respeito dele, seja aspirando a um grau de “boa opinião”, em que esta tem de se tornar penosa para todos os outros (provocando inveja). O indivíduo quer geralmente, por meio da opinião dos outros, certificar e fortalecer diante de seus olhos a opinião que tem de si; mas o poderoso respeito pela autoridade– respeito tão antigo quanto o homem – leva muita gente também a apoiar na autoridade sua própria confiança em si, portanto a só aceitar de mão de outrem: acreditam mais no critério dos outros do que no próprio. O interesse por si próprio, o desejo de se satisfazer alcançam no vaidoso um tal nível que ele induz os outros a uma falsa estima de si falsa, demasiado elevada, e depois se fia, não obstante, na autoridade dos outros: desse modo provoca o erro e, contudo, lhe dá crédito. É preciso, portanto, admitir que os vaidosos não querem agradar tanto a outrem quanto a si próprios e que chegam ao ponto de com isso descurar seu proveito; pois, muitas vezes importa-lhes suscitar em seus semelhantes disposições desfavoráveis, hostis, invejosas, em decorrência desvantajosas para eles, apenas para terem satisfação de seu eu, o contentamento de si.”


F. Nietzsche por: Sandro Delgado

quarta-feira, 27 de março de 2013

Voce

É no seu corpo que me encontro
e o teu cheiro que sempre peço mais
quando me pedes para apagar a luz
me entristece pois não te vejo mais

seu sorriso é o meu objetivo
seu prazer meu paraiso
seu colo macio meu descanso
sua fortaleza que me faz me segurar

sua voz que me esquenta e tb me acalma
seu olhar que sempre me da paz
sua compania minha energia
seu erro minha inspiraçao de tentar

meu erro é e sempre foi
te querer de um jeito que me faz pirar
enlouqueço quado nao te vejo
faço força mas não adianta
acho que te esqueço
mas te quero mais.


De: Sandro Delgado

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Onça

Não me tente,
Num repente,
Posso lhe cravar os dentes.
Onça quieta,
Não dormindo,
Teima em cutucar.
Caçador experiente,
Também erra o caçar.
Quieta,
Observa.
Não teme se aproximar.
Com um salto bem certeiro,
Ela vai lhe devorar.
Não fez errar o caminho,
A onça quis afrontar.
Porque no caminho da onça,
Fizeste atravessar?
Da onça quer atenção.
Já devorou a muitos.
Aviso-lhe de antemão.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Não ha nada que um bom dia de SnowBoard não cure



Descida em Chapelco - Patagônia Argentina - Eu e Gabizinha(a doidinha de azul me acompanhando) na pista italianos. alguns tombos, adrenalina, e os problemas ficando para tras.

Bom d+



quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Crepúsculo dos Deuses | Casamento? por amor?

É que Nietzsche costuma pôr o dedo na ferida – disso consiste a grandeza dos grandes homens.

Neste ultimo livro que estou lendo de Nietzsche, estou tendo que digerir minhas proprias convicções e até mesmo conceitos, mas não a fim de mudalõs mas pelomenos ve-los de uma outra forma, toda sintese precisa de uma antintese

Algumas observações sobre O Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche critica o casamento “moderno”, isto é, aquele do final do século XIX, quando ele escreve. O que Nietzsche está chamando, ai, de casamento moderno, é o casamento “por amor”. Apenas umas poucas frases bastam para ter-se uma idéia de sua posição: “não se pode fundar o matrimônio no amor”, “o casamento moderno perdeu sua significação; conseqüentemente está sendo abolido”, e “ainda que isso não seja uma objeção ao matrimônio, mas sim contra o modernismo” (Nietzsche, o Crepúsculo dos Ídolos). Para Nietzsche, o casamento por amor era o responsável pela perda do estatuto de indissolubilidade do casamento.



Os argumentos de Nietzsche são relativamente simples. Como sempre teria sido no passado, o casamento deveria ser uma Instituição, uma Tradição, em sentido forte. O casamento deveria ser sustentado por outras razões que não o “amor”: a) o instinto da espécie (razões biológicas), b) o instinto de propriedade, e ele especifica: “a mulher e os filhos eram uma propriedade” (razões econômicas), c) a consciência do casamento como feudo, que necessita de herdeiros para sua manutenção fisiológica no tempo (razões políticas). Tais razões, segundo Nietzsche, serviriam para dar uma base menos frágil ao casamento, fundamentos para além das variações de ânimo e humor das pessoas, como ele dizia: “jamais se fundou uma instituição numa idiossincrasia”.



O casamento, ele continua, tinha sua razão “na responsabilidade exclusiva do homem”. Com as rédeas na mão, o homem garantia a estabilidade do casamento. Assim, a Instituição não ficava à mercê das paixões e dos instintos, e sustentava-se sua indissolubilidade administrada. Por outro lado, garantia-se, ainda, a manutenção da Tradição pelo fato de as famílias assumirem a responsabilidade pela escolha dos noivos. Nada mais eficiente contra as tênues paixões da adolescência. Na forma de contrato inter-famílias, e sob a tutela masculina forte, o casamento estava garantido.



Agora, diz Nietzsche, quando é o amor, essa faísca nervosa, instável, essa chama trêmula e vaidosa, que inflama os corações da moça e do moço, e, tomados de cegueira luxuriosa e paixão romântica, os dois se casam, fundamentado que fica nessa vacilante garantia sentimental, que futuro há para o casamento? E se a chama, bruxuleante, apaga?



Eu compreendo tudo quanto Nietzsche está falando. De fato, ele descreve bem a instituição antiga. E tem razão quando diz que ela garantia a estabilidade do casamento, quando fazia das mulheres (e dos filhos) propriedade da parte masculina do contrato nupcial. Era mesmo assim em Israel, por exemplo. As mulheres eram propriedade do “senhor meu marido”. Bem como os filhos. Os patriarcas ensinaram-nos que um homem podia ter – que verbo! – muitas mulheres (mas não o contrário!). Lembro-me daquela discussão entre Raquel e Léia sobre uma ter roubado o marido da outra e uma comprar da outra, pela raízes de mandrágora que Rúben achara, a noite com seu homem (cf. Gn 30,13-18). Oh, sim, a “instituição” era, mesmo, muito “firme”, mas – quero crer – ao preço da redução da dignidade da mulher. Não me parece que Raquel e Léia estivessem exatamente, hum, “felizes”. Mas que é a felicidade feminina, não é mesmo?, diante da relevância institucional do casamento? É curioso como o judaísmo tardio considerou muito constrangedora essa história – mas não pelo fato de duas “esposas” brigarem pela cama de seu esposo, mas pelo fato de que “mandrágoras” fossem raízes afrodisíacas, com as quais se fazem poções... de amor. Quando O Testamento dos Doze Patriarcas foi escrito, a história foi mudada: não eram raízes de mandrágora, eram tomates cheirosos. Mas as mulheres permaneceram como “propriedade” de Jacó. As poções, escreveu-se, foram os “demônios” que as ensinaram às mulheres. E esse “casamento” – no qual as mulheres eram propriedade do “senhor meu marido” –, chegou-se a dizê-lo, sem constrangimentos, ter sido planejado por Deus. Se vamos dizer que o “casamento” foi inventado por Deus, convém que, antes, cheguemos a um consenso sobre que tipo, afinal, de casamento, Deus teria inventado. Um em que duas mulheres atracam-se pela noite do marido?



Não quero transformar este Postr em numa denúncia do sufocamento do valor da mulher na história humana. Pisadas, humilhadas. Ainda hoje. Ainda hoje! Eu apenas gostaria de dizer que, apesar de Nietzsche estar certo ao afirmar que o fundamento passional do casamento o torna instável, é necessário que ele se torne instável mesmo, para que haja, realmente, igualdade e liberdade ali, uma relação de amor entre iguais, relação que encerra risco e fragilidade. Não pode haver amor, se não há liberdade. Se o casamento é uma prisão, imposta de fora, ouvir-se-ão muitos gemidos – e não de prazer – nessa cadeia. Quantas vezes engolidos em seco, na penumbra da dor do silêncio.


O amor conjugal – como critério – é mesmo uma invenção recente, que fragiliza, sim, a “instituição”. Porque, casados, depois de um ano, dois anos, dez, pode-se chegar à conclusão de que não se ama mais, se é que se chegou a amar. E aí, se o fundamento do casamento é mesmo o amor, se não há mais – se é que houve – amor, acabou-se o casamento. Não é à toa que o século XX reconheceu a necessidade do divórcio, porque a ideologia do amor como fundamento da relação conjugal exige que o amor seja o critério. A legislação foi coerente. Teologias há que ainda têm muita dificuldade com isso, aquelas mesmas que não compreendem que não se pode forçar o amor, nem mesmo o amor a Deus.



Eu não consigo me imaginar casado de uma outra maneira, que não seja por amor.Querer e aumejar ter eu sido o seu escolhido por "ela", para receber o seu amor, é uma dádiva. Dentre todos os homens do planeta. Nietzsche não conheceu a sensação de ser amado assim. Amou, quis, e não foi amado e quisto. O que é muito triste. Talvez resida aí seu apego ao modelo antigo. Talvez se ele pudesse levar sua amada para casa. Talvez, se o amor não estivesse já em moda.



O percurso até a possibilidade real do casamento por amor foi longo e demorado. A possibilidade de expressão subjetiva que uma relação dessas exige é, sim, um risco para a solidariedade social, porque a tendência de satisfação egocêntrica concentra-se no núcleo familiar passional. Mas não acredito que devemos batalhar pela solidariedade social ao preço da supressão dessa expressão subjetiva. É com ela e apesar dela que temos de aprender a – além de amarmos nossos cônjuges até o fundo do pote de amor – abrirmo-nos também à fraternidade solidária. É outra lição a que a modernidade nos constrange

terça-feira, 7 de julho de 2009

Doce Veneno

De tanta beleza fez-se feitiço
De tal maneira que nunca havia visto
De sua voz ressonava palavras perfeitas tiradas de dentro do meu mais profundo sonho
Num tom como de uma sereia
Hipnotizava todo meu ser somente para você

Leve como uma nuvem,
Branca como a paz,
Ruiva como quem pega fogo,

Seus lábios como uma fruta madura
Seu corpo uma armadilha encantadora
Seus pedidos uma meta a seguir

Seu espírito vai, seu corpo não a alcança
Sua língua afiada corta-te a felicidade
Suas amarras te tiram o sono

Você te livra dos seus próprios sonhos
Seus medos são fontes de veneno para sua vida

Em você ha tanta beleza que mais parece maldade.